quinta-feira, 1 de maio de 2014

Virginia Woolf no livro as Ondas descreve com maestria o momento de crise onde a inspiração de um escritor nasce.
" Onde foi  que li isso? Ah, na carta de Bernard." . Preciso do efeito rápido, ardente, fluido, exercendo-se de frase em frase. Em que estou pensando? Byron, naturalmente. Sob alguns aspectos sou como Byron. Talvez um pouco de Byron ajude-me a encontrar o melhor tom. Lerei uma página dele. Não; é monótono, é desconhecido, é formal demais. Agora, começo a pegar o jeito. Agora, sinto pulsar minha mente (nada mais importante que o ritmo, quando se escreve). Agora, começarei sem interrupções, na cadência mesma do impulso.
- A coisa, porém, se achata. Esgota-se. Não consigo ímpeto suficiente que me conduza por entre as transições. Meu verdadeiro "eu" afasta-se de meu "eu" fictício. E, se me puser a reescrever, ele dirá: "Bernard está posando de literato; Bernard está mais é pensando em seu futuro biógrafo" (o que é verdade).

Nenhum comentário:

Postar um comentário